terça-feira, 31 de julho de 2012

Alunas da UA publicam na Revista Portuguesa de Bioética


Testamento Vital, prolongamento artificial da vida ou prática clínica na denominada «terceira idade» são alguns dos conceitos explorados no artigo publicado pelas estudantes de Mestrado em Gerontologia, da UA, que integra a mais recente edição da Revista Portuguesa de Bioética. O trabalho agora divulgado teve orientação do médico e professor José Augusto Simões, docente da unidade curricular Ética em Gerontologia.


A Revista Portuguesa de Bioética, lançada em 2007, tem a chancela do Centro de Estudos de Bioética. Este organismo publica quadrimestralmente artigos originais que contribuem para o aprofundamento da reflexão e para a melhoria das práticas bioéticas, numa perspetiva pluridisciplinar abrangente de diversas áreas do saber.

Resumo do artigo publicado:
O envelhecimento populacional e o aumento da esperança média de vida despoletaram a necessidade de debater questões éticas e jurídico-legais da prática clínica relacionada com a terceira idade. A evolução tecnológica de suporte de vida, a melhoria da prática clínica e das condições de vida permitiu o prolongamento da vida.

O médico, sendo um profissional que luta diariamente para contrariar a morte, vê-se obrigado a refletir sobre questões bioéticas relacionadas com o prolongamento artificial da vida. Por outro lado, a população sénior receia viver os últimos anos de vida em sofrimento ou num estado de dependência agravado que lhe confine a qualidade de vida. Deste modo, é fundamental debater o exercício da autonomia, por parte das pessoas idosas, relativamente às questões de aceitação ou de recusa de tratamento terapêutico não desejado; a influência da vulnerabilidade na sua autonomia e de que modo a pessoa idosa pode fazer prevalecer os seus valores, caso esteja incompetente.

Discute-se também a exequibilidade do testamento vital bem como a necessidade de um representante legal (procurador de cuidados de saúde).

A prática clínica deve ter em consideração os princípios bioéticos de respeito pela autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça, uma vez que a reflexão sobre estes promoverá o seu bom uso.

Rio de Janeiro aprova lei que inclui noções sobre envelhecimento nas aulas

No dia 9 de julho, a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou um projeto de lei que prevê o ensino de noções sobre envelhecimento, o respeito e a valorização da pessoa idosa.

De acordo com a nota divulgada pela Alerj, o conteúdo deverá ser ensinado durante as aulas da disciplina de Ciências.

Segundo a autora do projeto, a deputada Claise Maria Zito, a ideia surgiu porque os deputados recebiam muitas queixas de pessoas idosas que eram alvo de maus tratos e desrespeito, por parte da população mais jovem.

Procurando uma solução para esta situação, a autora do projeto crê que ela está na educação das pessoas. "É fundamental que os nossos estudantes se consciencializem de que todos nós seremos pessoas idosas (num futuro mais ou menos próximo) e que esta é uma fase que requer carinho e respeito.".

Aproveitando a "onda" do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e Solidariedade entre Gerações, talvez tenhamos algumas movimentações no sentido de criar um projeto lei deste âmbito, em terras lusas.