quarta-feira, 25 de março de 2009

FELICIDADE

Por vezes não sabemos o que fazer para fazer alguém feliz....
Por vezes passamos horas, dias a pensar em algo para que alguém se sinta feliz com aquilo que fizemos. Também é verdade que se for para alguém especial essa procura é incessante.
Bem o objectivo deste post é que por vezes fazemos coisas que, para nós banais ou insignificantes, para outras pessoas são momentos de ENORME FELICIDADE.
Foi o que me aconteceu ontem quando levei uma senhora ao passeio terapêutico que a instituição organiza semanalmente. Imagino que estejam a pensar: "o que é isto de passeio terapêutico?!". Ora bem, este passeio não é nada mais nada menos que caminhar um pouco no exterior da instituição. Como vêem qualquer um pode fazer isto.
Quando estavamos a tentar "convercer" uma senhora (sem ajudas técnicas para a mobilidade) a aderir ao passeio, fiquei a saber que a senhora com quem conversava gostava muito de poder passear até lá fora. Achei estranho este comentário, porque o facto de se deslocar em cadeira de rodas não é impedimento de nada (embora todos conheçamos barreiras arquitectónicas por esse mundo fora). Então com a ajuda da fisioterapeuta sentámos a senhora na cadeira.......lá fomos nós ao nosso passeio.
No final do passeio pude verificar que a senhora estava muito satisfeita, tinha um sorriso enorme no rosto. Durante a tarde, um grupo de clientes, sob orientação da animadora, dirigiram-se até à "cozinha" e fizeram uma tarte de maçã, coquinhos e pão de Ló. Neste grupo estava a que acompanhei de manhã. Quando me aproximei da "cozinha" a senhora chamou-me logo. Considero curioso porque só me tinha apresentado à senhora nessa manha.
Façam as considerações que quiserem mas na minha opinião a senhora ficou muito grata.

quinta-feira, 19 de março de 2009

QUEDAS NOS IDOSOS

Como profissionais de saúde em permanente contacto com os utentes, devemos acompanhar os seus estados de saúde de forma a detectar desvios de carácter patológico e os factores de risco para cada utente. Tendo sempre em mente o lema “Prevenção de doenças, Promovendo a saúde”, é aqui referido a importância da detecção precoce dos variados factores de risco de quedas, mediante o conhecimento dos mesmos, podendo assim intervir na sua diminuição e/ou eliminação. É assim exposto os diversos factores de risco possíveis de controlo ou modificação e, também, aqueles que não são possíveis de intervenção como, por exemplo, as alterações que acompanham o envelhecimento. É igualmente mencionado as formas de prevenção, avaliação e intervenção de quedas.

1. DEFINIÇÃO E ENQUADRAMENTO
As quedas são um assunto escondido e pouco relevado, não lhe sendo atribuído a devida importância e significado.
Uma queda é um evento que resulta no facto de uma pessoa inadvertidamente ficar colocada no chão com ou sem perda de consciência ou outra lesão, sendo excluídas situações directamente relacionadas com outros eventos de maior importância, tais como, individuais (epilepsia, AVC) e/ ou ambientais (tremor de terra).
Quando este evento ocorre em pessoas idosas o risco é maior, pois são muito mais propensas a fracturas porque os ossos já são mais porosos e frágeis. Estas situações provocam na pessoa idosa um medo crescente de cair, não só pelo risco que acarreta mas pelos condicionalismos em actividades diárias, declínio da auto-estima e comprometimento do nível de independência. As quedas e o medo que se gera poderão provocar isolamento social, um declínio agravado do estado funcional aumentado pela restrição física “por segurança” e ansiedade e estados depressivos.
Em idosos que residem nas suas casas, cerca de um terço das pessoas caem pelo menos uma vez por ano; este número aumenta em idosos institucionalizados, isto porque nas instituições as pessoas são mais dependentes e mais frágeis. Contudo, isso não implica que não possamos travar estas ocorrências.
É, desta forma, necessário decifrar os vários factores para que se possa intervir de modo mais abrangente e personalizado.

2. ETIOLOGIA
De entre as variadas causas, podemos agrupá-las em três grandes áreas: factores intrínsecos, factores extrínsecos e, por fim, factores ambientais. Dos vários factores que irão ser mencionados é necessário, igualmente, ter a noção que estes não actuam isolados, pois uma queda é multi-factorial, sofrendo a interferência dos vários factores em consonância.

2.1 Factores Intrínsecos - causas inerentes à condição física:

§ Redução da saúde em geral: diminuição da mobilidade, da actividade física e historial de quedas.

§ Patologias: Parkinson, incontinência, demência e/ou artrites constituem factores para uma maior propensão de quedas.

§ Problemas músculo-esqueléticos e neuromusculares: fraqueza muscular principalmente nas extremidades, limitações de movimentos, problemas nos pés como calosidades e deformações e alterações articulares dolorosas.

§ Alterações sensoriais: diminuição da percepção e da acuidade visual. À medida que se envelhece, a sensibilidade nos pés também pode vir a diminuir impedindo que haja uma devida percepção de um obstáculo ao ser pisado, por exemplo. Em relação à diminuição da acuidade visual esta deve-se ao declínio da função dos olhos que ajudam os indivíduos a perceber e a evitar os perigos.

§ Alterações psicológicas/cognitivas: desorientação, demência, confusão e alterações da memória.

§ Alterações da marcha e equilíbrio: anomalias na marcha, diminuição da velocidade, balanço postural, diminuição do equilíbrio dinâmico e diminuição de equilíbrio sobre uma perna. Como o corpo começa a não reagir tão bem às mudanças de posição (exemplo levante repentino) levando à diminuição excessiva do fluxo sanguíneo e da pressão arterial (hipotensão arterial), pode, deste modo, aumentar o risco de queda.

Todos os factores mencionados interferem, assim, de um modo mais significativo, não só aumentam o risco de quedas como, também, interferem no modo como a pessoa reage aos perigos e às situações de risco.

2.2 Factores Extrínsecos:

§ Medicação ou poli-medicação: alguns fármacos podem favorecer as quedas, nomeadamente, os analgésicos opiáceos, os ansioliticos, os anti-depressivos, os anti-hipertensivos, os psicotrópicos, os sedativos, o narcótico, os diuréticos, pois podem causar a diminuição do estado de alerta e da percepção, causar hipotensão e/ou fadiga. É igualmente mais propício que as medicações sejam a causa de uma queda aquando o início do tratamento ou quando é alterada a posologia.

§ Actividades de risco: transferências para/de uma cama ou para/de uma cadeira ou ao subir e descer escadas, pois são movimentos que implicam a mudança do centro gravítico e que com o envelhecimento a capacidade de adaptação a estas mudanças começa a declinar. Alguns fármacos têm interacções que podem aumentar o risco de quedas. No meio rural, por exemplo, existem actividades como subir a uma árvore ou arranjar um telhado que proporciona um maior risco de quedas.

2.3 Factores Ambientais:

§ Iluminação inadequada e/ou insuficiente;
§ Tapetes e pavimentos soltos;
§ Cabos eléctricos ou extensões ou objectos que se encontram em zonas de passagem;
§ Passeios e bermas irregulares;
§ Pavimentos escorregadios, molhados ou irregulares;
§ Falta de equipamentos de segurança (corrimões, barras de apoio);
§ Calçado e roupa inadequado;
§ Inadequação de dispositivos de apoio.
Estes factores ambientais podem ocorrer quando o perigo não é percepcionado ou não se reage de forma rápida e eficaz.

3. SINTOMATOLOGIA
Muitas vezes, antes de cair, uma pessoa não apresenta nenhum sintoma resultante da condição física em que se encontra, apenas há sintomas quando está presente uma condição física debilitante. De entre estes sintomas é de destacar tonturas, estonteamentos ou palpitações (batimentos cardíacos violentos, irregulares e rápidos).
Depois de uma queda é vulgar que se sinta dor porque as lesões são frequentes. Mais de metade destes acidentes causam, pelo menos, uma lesão leve, como uma contusão, uma entorse, ou mesmo uma distensão muscular. As lesões mais graves que poderão ocorrer podem incluir fracturas ósseas, ruptura de ligamentos, feridas profundas e lesões nos órgãos. Algumas quedas provocam, ainda, a perda de consciência ou traumatismos cranianos.
Por todas as razões mencionadas, as quedas podem piorar a qualidade de vida das pessoas, não só ao nível físico mas também ao nível psicológico, pois desenvolvem nos idosos o medo de cair novamente e começam a privar-se de si e das actividades que costumavam realizar. Ao diminuir a actividade começa, também, a declinar o contacto social pois sair de casa começa a ser percepcionado como um perigo, obrigando o idoso a cingir-se à sua permanência em casa ou à institucionalização prévia.

4. PREVENÇÃO
Quando é interpretado que a melhor prevenção de quedas é evitar as causas das mesmas, a pessoa submete-se a uma restrição de actividades, implicando progressivamente uma rigidez articular e um declínio da força muscular, e consequentemente uma maior propensão a quedas e a perda de independência.
Assim, é necessário implementar medidas preventivas, pelos profissionais, aos utentes com uma maior risco de vir a cair, mediante a elaboração de um historial clínico mais abrangente com a avaliação dos diversos factores de quedas.
A prevenção passa por uma prevenção primária, com medidas para pessoas que não tenham caído, e por uma prevenção secundária, com medidas para evitar novas quedas em idosos que já possuem um historial de quedas anterior.
As pessoas de mais idade podem fazer várias coisas simples, práticas e essenciais para reduzir o risco de quedas, tais como:

§ Exercício físico regular: treino com pesos, treino de resistência, exercícios de equilíbrio para fortalecer os músculos e a capacidade de resistência. Irá auxiliar na manutenção de uma postura correcta, uma maior mobilização de articulações, uma estimulação cárdio-respiratória e numa melhoria do estado de alerta.

§ Prevenção de osteoporose: alimentação rica em cálcio, equilibrada e adequada para cada indivíduo e para as suas necessidades.

§ Diminuir o aporte de líquidos ao fim da tarde: de modo a que o idoso não tenha que se levantar a meio da noite.

§ Utilizar calçado adequado: com solas firmes, não deslizantes e tacões baixos.

§ Levantar-se lentamente e esperar um pouco antes de começar a movimentar-se para que o fluxo sanguíneo possa ser restabelecido, prevenindo as vertigens.

§ Quando a pessoa sente tonturas quando está em pé (pressão arterial baixa) é útil usar meias de suporte.

§ Revisão da medicação e sua posologia pelo médico para evitar polimedicação e avaliar se há algum medicamento que pode aumentar o risco de queda, assim como tentar conciliar a hora do dia da administração dos medicamentos com os efeitos que estes acarretam (administrar diuréticos pela manhã).

§ Tratamento e/ou retardamento de problemas neuromusculares, músculo-esqueléticos ou sensoriais, como a acuidade visual, usando graduação adequada às dioptrias, sendo útil o tratamento ao glaucoma e às cataratas quando possível.

§ Reduzir os riscos ambientais, como eliminar tapetes soltos e optar por pisos e tapetes antiderrapantes, adequar a iluminação ao compartimento e à hora do dia, colocar barras de apoio nas casas de banho, corrimões resistentes, assentos de sanitas mais altos, degraus não resvaladiços, calçado e roupa adequados, utilização de dispositivos de segurança como imobilizadores e barras laterais nas camas dos utentes, utilização correcta de dispositivos de apoio para uma melhor base de sustentação, utilizar campainha de chamada para qualquer emergência, disposição do mobiliário correcta e segura para permitir a circulação livre sem colocar em perigo os utentes, manter tudo arrumado e ordenado. Num quarto, por exemplo, a cama deve ser alta e larga, a mesa-de-cabeceira fixa ao chão a ou à parede e com esquinas redondas, deve existir uma cadeira ou poltrona no quarto (para se calçar por exemplo), interruptores ao alcance das mãos quando estiver deitado e prateleiras nem muito altas nem muito baixas. A casa de banho deverá ter piso anti-derrapante, barras de apoio na banheira, poliban, e paredes próximas da sanita e dever-se-á evitar prateleiras de vidro e superfícies cortantes.


Como até agora se referiu a prevenção poderia auxiliar, em muito, trazendo benefícios não só na redução de lesões, na diminuição de medo de cair e dos gastos nos serviços de saúde, mas também traria um aumento exponencial da segurança, da qualidade de vida e da auto-estima. Daí ser essencial promover a prevenção de quedas e reduzir os factores possíveis de modificar.

5. AVALIAÇÃO
Às pessoas deve ser perguntado quantas vezes num ano caíram:

§ Se nunca caiu deverá ser implementado um programa de exercícios e treino de esforço, a fim de evitar posteriores quedas.

§ Se caiu uma vez, deve ser verificado pelo profissional responsável problemas de equilíbrio e marcha. Se não for identificado qualquer problema desta ordem é necessário implementar um programa de exercícios e treino de esforço, a fim de evitar posteriores quedas. Se houver alterações no equilíbrio e na marcha deve-se proceder à verificação do comprometimento articular, problemas cardiovasculares, problemas neurológicos, historial médico e medicamentos, alterações da visão para identificar possíveis causas das alterações verificadas.

§ Se há quedas recorrentes deve ser avaliado o comprometimento articular, problemas cardiovasculares, problemas neurológicos, historial médico e medicamentos, alterações da visão, para uma posterior intervenção.

6. INTERVENÇÃO
Se apesar de se aplicar estas medidas de prevenção, ocorrer uma queda em contexto institucional ou domiciliar, deve-se actuar imediatamente e diminuir o tempo de espera por ajuda. É necessário ter-se em atenção o estado do utente e as consequências da quedas, chamar um médico ou enfermeiro mesmo que não haja sintomas dolorosos, não mexer nem mobilizar caso haja suspeita de fractura, realizar o tratamento adequado e/ ou manter a supervisão em função da lesão que se produziu, e registar a queda em contexto institucional e as consequências no processo individual do utente.
Ao nível das intervenções, aquando uma queda deve ser verificado possíveis alterações medicamentos, identificar e modificar os perigos ambientais, tratar a hipotensão postural e perturbações cardiovasculares e implementar medidas de segurança e de intervenção.

quinta-feira, 5 de março de 2009

ORIGEM DO BLOG

Este blog surgiu com o intuito de divulgar uma ciência tão nobre como a Gerontologia. Todavia, não ficamos por aqui; queremos que os visitantes tenham oportunidade de participar na divulgação de temáticas relacionadas com o envelhecimento e a velhice, nas várias perspectivas.
Graças às novas tecnologias, basta enviar o artigo, texto, comentário, por vós redigido com a temática, nome(s) do(s) autore(s), profissão/ocupação, e outros dados que considerem relevantes de ser acrescentados, para os seguintes e-mail, para que possam ser publicados:

Deste modo, vamos conseguir mudar visões, ideais, percepções, conceitos, entre muitas outras coisas. Esperamos, sinceramente, que aos poucos e poucos consigamos temperar mentalidades.

Aguardamos as contribuições de todos os interessados nesta aventura em desbravar terreno.

P.S. É certo que este post devia ter sido o primeiro, mas nunca é tarde para começar

segunda-feira, 2 de março de 2009

GERONTOLOGIA E COMPETÊNCIAS DOS GERONTÓLOGOS

Gerontologia...
"Ciência que estuda o processo de envelhecimento do Homem, isto é, investiga as modificações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais consecutivas à acção do tempo no organismo humano, independentemente de qualquer fenómeno patológico" (R. Fontaine, 2000; Z. Nicolas, 1981).
É, assim, uma disciplina científica cujo objectivo é o estudo do fenómeno do envelhecimento como parte do desenvolvimento do ciclo vital do crescimento à velhice. A Gerontologia tem diferentes áreas de conhecimento: problemas sociais e económicos devido ao aumento no número de idosos na população, aspectos psicológicos e biológicos, as bases fisiológicas do envelhecimento e os aspectos biológicos gerais do envelhecimento.
O Gerontólogo será o profissional responsável pela avaliação, intervenção e estudo científico do fenómeno do envelhecimento humano e prevenção dos problemas pessoais e sociais a ele associado. Também é o responsável pela promoção de um envelhecimento bem sucedido bem como pela administração e organização dos serviços de preservação de cuidados a idosos. Por isso, o Gerontólogo poderá exercer a sua prática profissional em contacto directo ou indirecto com a população idosa.

Gerontologia Social...
A Gerontologia Social, ciência relativamente recente em Portugal, mas em franco processo de expansão, está associada a fenómenos e a processos de envelhecimento nas sociedades desenvolvidas. Constitui-se enquanto “conhecimento activo” que permite simultaneamente conhecer os fenómenos e agir sobre eles, possibilitando o prolongamento e a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas, de acordo com padrões de qualidade, nos quais estão implícitos não só as necessidades básicas, mas igualmente direitos, liberdades e garantias.
Articula, desta forma, com uma formação base mais específica em ciências sociais e humanas com os saberes e preparação específica para a intervenção social com pessoas idosas.
Trata-se, pois, de uma diferença ao nível de áreas de abrangências: a Gerontologia abarca áreas de saúde, económia, psicológia, ambiente , cultura do idoso e a Gerontologia Social, entra pelo ramo das ciências sociais.
Competências do Gerontólogo...

- Utilização de conhecimentos e metodologias necessárias para a compreensão holística do processo de envelhecimento humano, nos seus aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais;
- Utilização de competências para trabalhar em equipas multi-profissionais, centrado nos clientes/utentes, orientado para os problemas e procura de soluções;
- Uso de conhecimentos e competências de avaliação e intervenção nas várias vertentes de apoio ao idoso (promoção da saúde, prevenção da doença, terapia em situações agudas, reabilitação, morte, gestão de casos, entre outros);
- Utilização de capacidades de reflexão crítica, quer sobre as práticas, quer sobre as atitudes e comportamentos perante o processo de envelhecimento e a velhice;
- Manuseamento de instrumentos teórico-práticos com vista à organização, gestão e avaliação de serviços gerontológicos.

domingo, 1 de março de 2009

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

O processo de transição demográfica em Portugal e um pouco por todos os países desenvolvidos caracteriza-se pelo crescimento exponencial da população adulta e idosa, alterando a pirâmide populacional dos seus países. Actualmente, o grupo etário dos idosos lidera o crescimento, ao contrário dos anos 60 onde era idêntico para todos os grupos etários. Segundo o INE, a evolução registada entre 2004 e 2005 na estrutura etária da população residente em Portugal (incluindo a região autónoma da Madeira e dos Açores) revela um acentuar do envelhecimento da população, com a relação entre a população idosa e a população jovem (Índice de Envelhecimento) a atingir em 2005, os 110, ou seja, mais um idoso por cada jovem em relação ao ano anterior. Este comportamento do índice de envelhecimento advém da diminuição do número de jovens e do aumento do número de idosos, tendo em consideração o decréscimo da taxa de natalidade e o aumento da taxa de emigração. A transição que vivenciamos foi acompanhada lentamente por uma melhor qualidade de vida devido à melhoria das condições sanitárias, médicas, alimentares, assim como a apropriada inserção das pessoas no mercado de trabalho.
Deste modo, e perante o processo de envelhecimento demográfico, a importância daqueles que a sociedade transfere para a margem do próprio sistema, não lhes reconhecendo qualquer utilidade social, aumenta. O envelhecimento demográfico vai, assim, ter efeitos perversos sobre o equilíbrio social. Não por aquilo que o caracteriza em termos demográficos, mas porque, inscrito numa sociedade em que predomina um modelo particular do ciclo de vida, vai agravar o peso daqueles que são discriminados socialmente em função de um critério discutível: a idade. No entanto, e porque o envelhecimento demográfico coloca um desafio à sociedade em geral, importa, através de uma reflexão multidisciplinar, orientar esforços no sentido de uma revisão profunda dos seus fundamentos, de modo que o previsível aumento dos indivíduos com idades mais avançadas não conduza a uma situação de conflitualidade e de exclusão social.
Por tudo isto e muito mais, verificou-se a necessidade de formar profissionais que tenham uma visão holistica do adulto com mais experiencia e anos de vida.